domingo, 21 de novembro de 2010

Música e Atualidade.

A mística e a atualidade da música litúrgica nos remetem a essas exigências básicas
    E o que dizer sobre a atualidade do canto litúrgico?... Um antigo axioma dizia: Lex orandi, Lex credendi, ou seja, a oração é a norma da fé. Do jeito que a gente ora, a gente crê e vice-versa, mas não se pode negar que a força motivadora, a mística da oração tem uma importância fundamental no processo existencial da fé. Já vimos que, nos momentos de celebração, a oração é mais canto que outra coisa. Por aí, já dá para se perceber a importância sempre atual do canto litúrgico.
    Se o texto, a letra, como costumamos dizer, que é a substância mesma do canto, carrega consigo toda a riqueza de uma tradição de fé de uma gente que vem de longa caminhada, desde Abraão, o Pai de todos os crentes, avançando por Moisés e por todos os Profetas, culminando em Jesus, sua Mãe, seus Apóstolos, envolvendo um sem número de santos e santas testemunhas...
 Se esse texto, essa letra, por suas expressões, imagens e dizeres, pela visão de Deus que projeta, pela experiência humano-judaico-cristã que celebra, reflete a identidade bíblico-histórica da multissecular experiência cristã, esse texto tem, com certeza, a força de nos alimentar, hoje, com a seiva que vem das raízes, com as riquezas que vêm das origens... esse texto nos faz herdeiros e parceiros de todos quantos nos procederam e continuadores, aqui e agora, dessa caminhada para a Terra Prometida...
    Daí a importância fundamental dos Salmos, que têm sido a base do canto litúrgico cristão, desde as comunidades cristãs primitivas até nossos dias. Os salmos, juntamente com os cânticos do Antigo e do Novo Testamento, especialmente os três cânticos evangélicos de Maria, de Zacarias e de Simeão, consignados por Lucas nos dois primeiros capítulos de seu Evangelho, são a referência número um do compositor litúrgico cristão. Desconhecê-los é cortar-se da trama da história da fé.
    Se o texto, a melodia, o ritmo, as harmonias, os arranjos se enraízam no contexto cultural de cada povo, região ou nação, assumem suas características poéticas e musicais, tanto da etno-música, da música de raiz, quanto das novas manifestações da música popular, o canto litúrgico terá importância de máxima atualidade, qual seja, a de fazer do momento celebrativo uma contribuição para o fortalecimento da identidade cultural da comunidade, da sua encarnação na vida do povo, da sua comunhão profunda com a vida, a história, a cultura do povo, no meio do qual a comunidade atua qual fermento na massa.
    A mística e a atualidade da música litúrgica, então e enfim, nos remetem a essas exigências básicas, inarredáveis, indispensáveis:
    - Um povo que permanentemente se evangeliza e entende que é sua vida mesma, sua própria existência que deve ser o louvor essencial, existencial;
    - Compositores que sintonizam profundamente com a tradição de fé e celebração da Igreja Cristã, que tem como paradigma os Salmos e demais cânticos bíblicos do Antigo e do Novo Testamento;
    - Compositores sintonizados profundamente com a cultura de sua região, do seu povo, da sua nação, em fidelidade Àquele que se fez carne e levantou seu barraco no meio de nós (cf. Jo 1, 14).
    Mais sobre o assunto, ver Arquivo de músicas em meu blog
http://gentedefe.com/zeca1

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